09/11/2016 17h48 - Atualizado em 09/11/2016 18h29
Deputado do PSC homenageou militar ao votar a favor do impeachment.
Apontado como torturador durante a ditadura, Ustra morreu
em 2015.
O Conselho de
Ética da Câmara dos Deputados arquivou, nesta quarta-feira (9), por 9 votos a
1, um processo disciplinar aberto para apurar se o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) havia quebrado o decoro parlamentar.
Em abril deste ano, durante sessão da Câmara para votar a admissibilidade do
impeachment da então presidente Dilma Rousseff, Bolsonaro homenageou, em seu
discurso, o coronel do Exército Carlos Brilhante Ustra.
Ustra, que
morreu aos 83 anos em 2015, foi reconhecido na
primeira instância da Justiça como torturador no período da
ditadura militar (1964-1985).
O PV, autor da representação contra Bolsonaro, argumentou que a fala do
parlamentar configura uma "verdadeira apologia ao crime de tortura".
Na sessão desta terça (8) do Conselho de Ética, Bolsonaro voltou a
homenagear Ustra e o chamou de um "herói brasileiro".
Jovens que
apoiam Bolsonaro acompanharam a votação do Conselho de Ética e proferiram
frases como "Bolsonaro presidente do Brasil" e "Trump na América
e Bolsonaro no Brasil".
Relatório
Ao apresentar
seu parecer sobre o processo de Bolsonaro, o relator, Marcos Rogério (DEM-GO),
recomendou o arquivamento baseado em artigo da Constituição segundo o qual
deputados e senadores são "invioláveis civil e penalmente, por quaisquer
de suas opiniões, palavras e votos".
Rogério optou pela inadmissibilidade da ação por considerar, ainda, que os
parlamentares têm o direito de expressar de forma livre suas convicções dentro
do espaço do Congresso. Para ele, seguir com a ação contra Bolsonaro poderia
configurar um tipo de "censura", além de reduzir a representação
popular na Casa e criar regras subjetivas no julgamento de parlamentares.
Após o término
da sessão, Bolsonaro chamou Rogério de "anjo da guarda" e disse que
houve "justiça" na decisão.
Argumentos de
Bolsonaro
O deputado do PSC argumentou que a imunidade parlamentar e o direito de os
congressistas se manifestarem devem ser resguardados.
"Tem
imunidade parlamentar e foro privilegiado, aqui estamos tratando de imunidade
parlamentar. É o nosso direito de se expressar, está no artigo 53, palavras,
opiniões e votos, e antes tem a palavra 'quaisquer'. A esquerda teima o tempo
todo, os mesmos, em buscar uma maneira de cassar meu mandato, isto está escrito
no caderno de teses do PT escrito no ano passado na Bahia", explicou o
deputado.
"Acho que
não encontraram argumentos ainda para cassar meu mandato e ficam em cima dessa
história querendo inclusive cassar o direito da palavra do parlamentar da
tribuna da Câmara, como fizeram junto ao Supremo Tribunal Federal há poucos
meses, na questão Maria do Rosário", continuou.
Segundo relator
Marcos Rogério
foi o segundo relator da peça. O primeiro relator nomeado, deputado Odorico
Monteiro (PROS-CE), havia votado pela continuidade do processo.
Na sessão desta
quarta, os membros do Conselho de Ética rejeitaram o relatório de Monteiro por
11 votos a um.
De acordo com o
regimento interno da Câmara, quando um parecer é rejeitado, o presidente do
colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), deve escolher um novo relator. Esse
deputado precisa ter votado contra o primeiro parecer para assumir a relatoria.
Na última
terça-feira, o deputado Marcos Rogério já havia apresentado voto em separado
defendendo o arquivamento.
O Conselho de
Ética da Câmara dos Deputados arquivou, nesta quarta-feira (9), por 9 votos a
1, um processo disciplinar aberto para apurar se o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) havia quebrado o decoro parlamentar.
Em abril deste ano, durante sessão da Câmara para votar a admissibilidade do impeachment da então presidente Dilma Rousseff, Bolsonaro homenageou, em seu discurso, o coronel do Exército Carlos Brilhante Ustra.
Em abril deste ano, durante sessão da Câmara para votar a admissibilidade do impeachment da então presidente Dilma Rousseff, Bolsonaro homenageou, em seu discurso, o coronel do Exército Carlos Brilhante Ustra.
Ustra, que
morreu aos 83 anos em 2015, foi reconhecido na
primeira instância da Justiça como torturador no período da
ditadura militar (1964-1985).
O PV, autor da representação contra Bolsonaro, argumentou que a fala do parlamentar configura uma "verdadeira apologia ao crime de tortura".
Na sessão desta terça (8) do Conselho de Ética, Bolsonaro voltou a homenagear Ustra e o chamou de um "herói brasileiro".
O PV, autor da representação contra Bolsonaro, argumentou que a fala do parlamentar configura uma "verdadeira apologia ao crime de tortura".
Na sessão desta terça (8) do Conselho de Ética, Bolsonaro voltou a homenagear Ustra e o chamou de um "herói brasileiro".
Jovens que
apoiam Bolsonaro acompanharam a votação do Conselho de Ética e proferiram
frases como "Bolsonaro presidente do Brasil" e "Trump na América
e Bolsonaro no Brasil".
Relatório
Relatório
Ao apresentar
seu parecer sobre o processo de Bolsonaro, o relator, Marcos Rogério (DEM-GO),
recomendou o arquivamento baseado em artigo da Constituição segundo o qual
deputados e senadores são "invioláveis civil e penalmente, por quaisquer
de suas opiniões, palavras e votos".
Rogério optou pela inadmissibilidade da ação por considerar, ainda, que os parlamentares têm o direito de expressar de forma livre suas convicções dentro do espaço do Congresso. Para ele, seguir com a ação contra Bolsonaro poderia configurar um tipo de "censura", além de reduzir a representação popular na Casa e criar regras subjetivas no julgamento de parlamentares.
Rogério optou pela inadmissibilidade da ação por considerar, ainda, que os parlamentares têm o direito de expressar de forma livre suas convicções dentro do espaço do Congresso. Para ele, seguir com a ação contra Bolsonaro poderia configurar um tipo de "censura", além de reduzir a representação popular na Casa e criar regras subjetivas no julgamento de parlamentares.
Após o término
da sessão, Bolsonaro chamou Rogério de "anjo da guarda" e disse que
houve "justiça" na decisão.

Argumentos de
Bolsonaro
O deputado do PSC argumentou que a imunidade parlamentar e o direito de os
congressistas se manifestarem devem ser resguardados.
"Tem
imunidade parlamentar e foro privilegiado, aqui estamos tratando de imunidade
parlamentar. É o nosso direito de se expressar, está no artigo 53, palavras,
opiniões e votos, e antes tem a palavra 'quaisquer'. A esquerda teima o tempo
todo, os mesmos, em buscar uma maneira de cassar meu mandato, isto está escrito
no caderno de teses do PT escrito no ano passado na Bahia", explicou o
deputado.
"Acho que
não encontraram argumentos ainda para cassar meu mandato e ficam em cima dessa
história querendo inclusive cassar o direito da palavra do parlamentar da
tribuna da Câmara, como fizeram junto ao Supremo Tribunal Federal há poucos
meses, na questão Maria do Rosário", continuou.
Segundo relator
Marcos Rogério
foi o segundo relator da peça. O primeiro relator nomeado, deputado Odorico
Monteiro (PROS-CE), havia votado pela continuidade do processo.
Na sessão desta
quarta, os membros do Conselho de Ética rejeitaram o relatório de Monteiro por
11 votos a um.
De acordo com o
regimento interno da Câmara, quando um parecer é rejeitado, o presidente do
colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), deve escolher um novo relator. Esse
deputado precisa ter votado contra o primeiro parecer para assumir a relatoria.
Na última
terça-feira, o deputado Marcos Rogério já havia apresentado voto em separado
defendendo o arquivamento.
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