Oito pessoas foram presas e três veículos
foram apreendidos. Através de ligações, envolvidos no esquema pediam para as
vítimas digitarem senhas dos cartões de crédito em um telefone e dígitos eram
identificados pelo tom das teclas.
Uma quadrilha foi presa em flagrante por falsificação de cartões de
crédito e tráfico de drogas, nos bairros de Boa Viagem, na Zona Sul, e em
Beberibe, na Zona Norte do Recife. Além das oito pessoas presas, foram
apreendidos três carros, dois notebooks, aparelhos leitores de chip e de cartão
e uma quantidade não informada de maconha, cocaína e produtos injetáveis. O
caso, ocorrido na quinta-feira (23), foi divulgado pela Polícia Civil na tarde
desta sexta (24).
Responsável pela investigação do caso, o delegado João Gustavo Godoy,
da Delegacia de Polícia de Roubos e Furtos, explicou que o grupo atuava de
maneira criminosa através de diversos métodos, sendo um deles a solicitação de
senhas por meio de ligações.
“Eles ligavam para as pessoas se passando por funcionários de
operadoras e pediam para as vítimas digitarem as senhas dos cartões em um
terminal telefônico para inutilizarem os cartões. Em seguida, eles informavam
que um motoboy passaria na residência da pessoa para pegar o cartão, mas o
atendente e o motoboy faziam parte da quadrilha”, detalha o delegado.
Através de um dispositivo capaz de identificar os números através do
tom de cada tecla digitada, o grupo conseguia descobrir as senhas das vítimas.
Ainda segundo Godoy, os cartões eram refeitos e utilizados em estabelecimentos
comerciais e bancários para saques de quantias em dinheiro e compra de bens.
“Ainda não conseguimos calcular, mas milhares de reais foram subtraídos das
vítimas”, ressalta o delegado.
Hackers
Outra maneira encontrada pelo grupo para extorquir dinheiro das vítimas
era através de hackers, que, através de vírus de computador, conseguiam obter
informações de cartões de crédito. “Esse pessoal trabalha no volume. Enviam
milhões de e-mails para que uma ou duas pessoas cliquem naquele botão. Entre o
grupo que foi preso, estão dois dos maiores hackers do Brasil”, assegura o
delegado.
Ainda de acordo com Godoy, os hackers trabalhavam na criação de uma
página falsa do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) para ter acesso a
dados bancários de mais pessoas. O grupo foi autuado por crimes de furto
mediante fraude, formação de quadrilha, falsificação de documento público,
tráfico de drogas e associação para o tráfico.
Um dos integrantes da quadrilha, segundo a Polícia Civil, fazia parte
do grupo desarticulado pela Operação Miami, que investigou uma organização
criminosa suspeita de clonar cartões de crédito para realizar saques e compras
em cidades americanas. “Ele foi preso em novembro de 2015, mas, como esse tipo
de crime não tem violência, o Poder Judiciário define a não manutenção dessas
pessoas na prisão por muito tempo”, explica.
Para evitar o prejuízo nesse tipo de golpe, o delegado recomenda que a
população evite passar informações por telefone. “Esse pessoal se aproveita
principalmente de pessoas da melhor idade, que viveram numa época diferente da
atual, em que era possível confiar mais nas pessoas. Através dessa confiança,
eles praticam esse tipo de crime”, explica.
Fonte:
Por G1 PE
24/03/2017 20h14
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